Vou acompanhar-te numa viagem pelo TEU EU!
Uma viagem em que tu vais ser o actor principal e eu estarei ao teu lado para ajudar-te nesta viagem de reflexão sobre o Teu Eu.
Gostaria que te colocasses numa posição confortável se possível.
Estás preparado? Então vamos pensar, voltar atrás e pensar um pouco como foi a tua infância.
Como era a tua comunicação. Eras muito falador pouco falador. Eras tímido ou nem por isso. O que é que as pessoas diziam a teu respeito. Quando eras criança metias conversa com toda a gente?
Quando paramos para pensar um pouco sobre a forma como nos comportávamos em determinadas idades, principalmente quando éramos mais novos. Atenção ainda somos novos e isso que permaneça sempre em nós. Mas a ideia de pensar exactamente como eras lá atrás é entender comportamentos que tu tinhas e tentar escutar ainda mais uma vez aquilo que as pessoas diziam a teu respeito.
Porquê? Porque tem muita influência e por vezes ocorre que, quando somos mais novos é natural não dizermos muito bem determinadas palavras e as pessoas à nossa volta estarem constantemente a insistir ou a chamarem-nos a atenção por não pronunciarmos bem determinadas palavras.
Se isso aconteceu contigo, como é que tu reagias?
De que forma é que tu encaravas essas críticas que, não obstante ser positivas, nem sempre eram feitas de forma positiva. O que te diziam com frequência e como é que tu reagias quando te davam esses feedbacks positivos, mas nem sempre de forma positiva.
Acontece muitas vezes que hoje nós adultos, por vezes olhamos para as crianças e quando elas não dizem as coisas como deve ser, das duas uma ou de forma cuidada damos o feedback ou às vezes de forma muito descuidada damos o feedback (atenção que o feedback faz parte da comunicação).
Contudo um feedback mal dado pode destruir, minimizar pode traumatizar a pessoa que o vai receber, daí ser importante darmos o feedback de forma assertiva. Temos que ser cuidadosos na nossa comunicação.
Porquê? Porque a falta de cuidado no dar o feedback pode condicionar hoje esta criança naquilo que é a forma de comunicar e assim contribuir para um adulto com algumas dificuldades, medos, temores de comunicar.
Muitas vezes somos muito críticos conosco mesmos. Outras vezes exigimos demasiado de nós, não nos elogiamos e não nos valorizamos. Utilizamos palavras menos positivas para conosco mesmos e, sabes de uma coisa, quando isso acontece os outros percebem. Tu consegues ter a percepção de como é que o outro fala consigo mesmo. Como é que o outro se cuida de como é que o outro lida com a sua comunicação.
Porquê?
Porque a forma como nós comunicamos conosco reflete muito na forma como nós comunicamos com os outros. Então pensa comigo que tipo de jovem eras tu. Foste extrovertido, mais introvertido, mais tímido ou mais expansivo.
Então quando nós percebemos e paramos refletimos um pouco sobre a forma ou sobre a nossa viagem na comunicação surge a pergunta, MAS QUEM ÉS? E eu gostaria que tu te fizesses essa pergunta!
Quem sou eu? Como comunico comigo? Como comunico com os outros?
Quantas vezes eu digo para mim mesmo palavras simpáticas. Quantas vezes eu digo para mim mesmo palavras menos agradáveis. Que Tom eu uso ao comunicar comigo. Quantas vezes eu me repreendi um ao longo do dia, da semana e do mês. Quantas vezes eu dou-me um abraço ou uma palmadinha nas costas e faço o elogio por ter comunicado bem por ter feito bem.
É incrível que as nossas relações a todos os níveis (pessoais e profissionais de amizade familiares as nossas relações) refletem muito a forma como nos comunicamos entre as pessoas que fazem parte destes diferentes grupos. As nossas relações refletem a forma como nós investimos nelas próprias como sim se calhar a esta altura estás a perguntar-te: COMO?
Simples, a Comunicação é uma forma de alimentares as tuas Relações.
Lembra-te naquele tempo em que tu estavas na escola primária, uma escola secundária ou médio, em que tu estavas constantemente com aquela pessoa com aquele grupo. Aí o que é que acontecia. A comunicação era frequente, diária, intensa e havia sempre muito mais para comunicar.
Por motivos do destino, acabaram por se separar destes amigos, desses colegas que tomaram um novo rumo ou porque entraste em uma universidade diferente ou porque mudaste de país ou ainda, porque mudaste simplesmente de região e aí o que é que acontece:
Percebe-se claramente que se não alimentares a tua relação, a relação esfria tal como um prato de comida que nós servimos tirando da panela a comida quentinha e colocamos ali em cima em cima da mesa é o que acontece não comermos a comida que está no prato. O que ocorre é que passado algum tempo ela esfria e se nós quisermos voltar a sentir a quentura da comida temos que a levar novamente ao aquecimento (de volta para a panela ou de volta para o micro-ondas.)
Então viaja por vários momentos da tua vida, viaja e analisa e se calhar pega numa folha de papel e aponta a forma com que tu como comunicavas contigo mesmo com maior frequência será que és muito brusco contigo. Que és muito exigente. Será que tu dizes constantemente palavras desagradáveis ou usas um tom desagradável. Ou será que és meiga cuidadosa simpática e mesmo que estejas a chamar a atenção a ti mesmo usas ou não de palavras simpáticas e agradáveis. Então viaja por esses momentos e depois também faz uma ligação tenta perceber se ao longo da tua vida os feedbacks que recebesse foram de facto feedbacks que te ajudaram hoje a comunicar como tu comunicas. Mais do que os feedback vê de que forma tu estás relacionado com a tua forma de comunicar com a tua comunicação. Por vezes medo de exteriorizar o que nos vai na alma, mas temos tanto para partilhar. Temos uma alma cheia de conteúdo, de experiências, de saberes. Uma alma cheia pronta para libertar-se e de poder partilhar com o mundo tudo aquilo que ela tem dentro de si.
É engraçado perceber que às vezes vírgulas do passado reticências do passado e etc do passado condicionam o nosso presente e em alguns casos condicionam de forma muito, mas muito, muito rigorosa. Queria partilhar contigo uma história do José.
Atenção que estamos a falar de um adulto de um adulto que trazia consigo na sua bagagem questões lá de trás. A primeira foi que ele dizia mal algumas palavras em criança e o feedback que era transmitido era sempre negativo. Não obstante ser um feedback negativo esse feedback era passado de forma muito rígida num tom muito autocrático num tom muito nervoso e muitas vezes acompanhado de uns puxões de orelha muitas vezes acompanhado de isolamento. Essa criança foi crescendo com este pensamento com esta crença de que de facto comunicar não era para ele.
Chegou a idade adulta. Foi para a universidade e teve mais uma vez que fazer a prova. E quando chegou o momento de defender a sua tese veio outra vez a recordação daquele momento aquele do passado em que o pai exercia sobre ele um regime muito militar e que pouco elogiava mas muito criticava.
Chegou o dia da defesa do trabalho de final de curso e dois dias antes ficou doente. Mal-estar, dores de barriga, incertezas, calafrios, suores e adivinha o que é que aconteceu perante o momento de apresentação. As coisas não correram muito bem. E mais uma vez voltou a reforçar tudo aquilo que ele ouvia no passado e mais uma vez ele utilizou para ele próprio palavras desagradáveis, tons muito maus. Depois de ultrapassada este momento e ter conseguido o seu trabalho. Cada vez que lhe era solicitado que ele fizesse uma apresentação ele recusava e as pessoas não entendiam porquê.
Quando chegou até mim disse-me:
– Madalena Eu quero melhorar a minha comunicação. Eu tenho de melhorar a minha comunicação. Eu preciso de melhorar a minha comunicação porque eu percebi que eu perco muitas oportunidades por não ter a coragem a confiança para comunicar em frente ao público num ambiente de amigos. Eu consigo estar à vontade, mas sempre que eu tenho que enfrentar uma plateia eu não consigo. Madalena.
O que é certo é que nós, juntos trabalhamos e ele muito se esforçou e depois de resolvidas todas as questões lá de trás, ele próprio deu-se uma oportunidade. Ressignificou as suas crenças. percebeu o que realmente tinha acontecido.
Hoje ele comunica com mais segurança e confiança porque simplesmente ele resolveu viajar pelo seu EU e ir lá atrás encontrar a causa. Ir à causa!
O que acontece é que muitas vezes nós não nos preocupamos com a causa, mas sim em resolver alguns sintomas e influenciar ou maquilhar, mascarar determinados sintomas.
Porquê? Porque eu sei que não é fácil viajar pelo nosso Eu. Irmos lá atrás e termos um duelo de titãs com o nosso passado.
Sim um verdadeiro duelo de titãs. Mais do que isso identificarmos os árbitros, identificarmos alguns membros da plateia, identificarmos os juízes que naquele tempo fizeram parte deste duelo. Teremos que enfrentar.
Mas atenção é esse o caminho. Ao resolver tratar da causa, o ponto de partida de uma dificuldade ou de uma relação com a comunicação nem sempre tão positiva, é assim que tu vais conseguir ganhar a força a coragem, a motivação para encarar esse momento e tu próprio tomar as rédeas para tu seres o comandante da tua comunicação, o agente que controla a tua comunicação.
Faz esta viagem, encara esta viagem como uma viagem que vai libertar e que vai permitir voar, abrir novas portas, e ir para outros lugares que não te tenhas permitido ir ate a este momento.
É tempo de tu ganhares a coragem para dares voos maiores, para ires a lugares que, apesar de não conheceres são lugares maravilhosos. Lugares em que tu vais encontrar pessoas que sedentas de saber aquilo que tu vais levar através da tua comunicação.
Faz sentido para ti?
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Madalena Quiala Coach
18 de Maio de 2021