Podemos nem sempre saber claramente ou exactamente o que se quer, mas saber realmente o que não queremos é deveras importante.
Já te aconteceu perguntares a uma pessoa: O que queres? E ela responde-te: Não sei bem!
No decorrer da conversa, surgem outras questões as quais ela responde sem hesitação, isso não quero!
Saber o que se quer é de facto importante, porém saber o que não se quer, pode ser a chave para se chegar ao que se quer.
Há imensas pessoas que quando deparadas com esta questão ficam, por momentos a pensar como se de uma questão de vida ou morte se tratasse. É de facto uma questão de extrema relevância.
Na adolescência, nem sempre conseguimos perceber o que Não queremos e ocorre com alguma frequência seguirmos o grupo de influência…não sabemos bem o que queremos, mas como a maioria quer ir, ou ter, ou fazer isto ou aquilo… também seguimos a onda.
Hoje, quando olhamos para muitos dos nossos comportamentos do passado conseguimos analisar que, muitas das coisas que fizemos não correspondem à pessoa que somos hoje, sem prejuízo de, em muitos casos, pouco termos mudado. Uma coisa é transversal, há períodos da nossa vida em que éramos movidos pelo Querer dos outros e não tanto pelos nossos quereres. Atenção que há excepções à regra.
O engraçado é que nesse período da adolescência dizíamos que era normal o poder que o grupo de influência exercia sobre nós…mais engraçado é percebermos que Hoje, muitos adultos padecem do mesmo problema: seguir o querer dos outros.
Atenção que não digo que não devemos seguir os outros, há coisas e coisas que podemos e devemos seguir, a questão é pararmos e pensar se a nossa vida é de facto resultado do que queremos ou do que os outros querem. Se a vida que queremos ter é desejada por nós ou ambicionada pelos outros.
Quando penso nisso e da minha experiência enquanto Coach, dei por mim a constatar a dificuldade que há de cada um saber com exatidão o que quer. É notável a dificuldade que muitos demonstram no verbalizar o que querem, contudo facilmente fazem-no em relação ao outro.
Para facilitar perceberes o que de facto queres, o meu desafio é fazeres a lista do que Não Queres: Not to Do List. Isto porque, por vezes mais fácil é começar pelo que não se quer do que propriamente pelo que se quer.
Nem sempre o que se quer é o inverso do que não se quer e, não sabendo claramente o que se quer, porquê não iniciar com o que Realmente não se quer?
Quando dou por mim a olhar para o meu percurso vejo que tive mais momentos de clareza com o que não queria Ser, Fazer ou Ter do que propriamente o que queria. Uma coisa levou-me a outra e mantenho a passada naquilo que faz sentido para mim.
Em momentos de decisão ou crise a clareza surge para afirmar-se bem o que se quer, como se quer, quando se quer e de que forma vamos lá chegar…
Isto demonstra que, para muitas pessoas viver situações de crise ou de turbulência alavanca-as para a clarividência do que se quer, do que importa, do que precisa e do que fazer para Ser e Ter.
Também eu, em momentos menos positivos identifiquei rapidamente e sem questionamentos o que Queria e isso é a chave para a motivação que precisamos para caminhar.
Vou partilhar contigo uma dica que uso sempre que necessário:
Numa folha em branco faz duas colunas, de um lado da coluna escreves tudo o que Não queres Ser, que pessoa não te queres tornar. O que não faz sentido para ti Fazeres e o que Não queres Ter na tua vida (coisas ou pessoas) …
No outro lado, pensa o que queres em oposição a cada uma das Not to do que colocaste na coluna da esquerda. Dedica-te sem pressas a fazer este exercício e garanto-te que vais chegar a uma melhor clareza do que Queres Ser, Fazer e Ter.
Acredita que este simples exercício vai levar-te a, na coluna ao lado da tua Not to Do List, colocares o que de facto queres.
Madalena Quiala Coach
31 de Agosto de 2020